sábado, 5 de setembro de 2009

FILOSOFIA DE ORIENTAÇÃO

Uma forma de construir o presente pode ser através da filosofia, uma vez que o futuro fica planificado por uma ordem superior, não é necessário um encantamento, mas um direccionamento de mente.
O mapeamento da vida faz uso da razão, revolucionando, construindo filosoficamente, prudentemente, questionando as ideias convencionais para que assim se venha a equacionar o sentido da vida. Seja a área que possa ser, agir filosoficamente é proceder de acordo com a lucidez, com a maior proximidade daquilo que a realidade exibe, desmistificando os saberes que não têm fundamentos inabaláveis. Uma filosofia prática movimenta-se de acordo com a lógica, ultrapassa as crenças dos ditos de uma astrologia, ou artes de adivinhar, ou outras formas de tentativa de preenchimento interior sem fundamento; o aconselhamento filosófico coloca os factos na mesa e reflecte sobre eles, entre mestre e cliente procura-se levar uma luz superior, um pensar radical, construtivo e inovador sobre aquilo que possa ser. O ser e o parecer são situações diferentes. A filosofia é uma forma e saber, um saber de vida, um amor pelo saber que é consciente, pulsa por uma recuperação da eficácia ao serviço da harmonia interior, clarifica os conceitos de uma outra ciência, tornando-a ou não credível. Quantas pseudo ciências com aparência credíveis (enquanto o sujeito anda angustiado, desesperado), após esclarecimento não caem por terra? E porque é que isto acontece? Simples, os factos mostram a realidade e contra ela nada a fazer. Os mais diversos campos sustentam essa mesma postura.
A filosofia possui muitas áreas, não é que eu vá falar sobre todas elas, mas quero colocar a pensar o leitor para que por si próprio não se deixe ir por terrenos que só servem para gastar dinheiro e pouco mais, modos de lidar com encantamentos que depois desencantam. E porque será? Todas as áreas do saber falam bem de si, mas poucos são os que vão ao fundo das questões, como a filosofia. Uma Filosofia prática coloca ao serviço todo um aconselhamento que quanto a mim presta-se para orientar a vida do ser humano. Mas fará sentido a Filosofia nos currículos do ensino secundário? A minha postura é que, a Filosofia está presente em todas as disciplinas, ainda que não se mencione o nome desta, contudo, lidar com a filosofia em si é sempre um maior privilégio, e bem-aventurado o amante pelo saber.
Não te venho falar de uma AstroFilosofia ou PsicoFilosofia, nada disso nem da religião misturada com a filosofia. A Filosofia é autónoma, apresenta as respostas por si, uma vez que o trabalho filosófico é feito no terreno do dia-a-dia, desde o laboratório até a outros tantos lugares. A filosofia aprofunda e fundamenta a prática dos conceitos na relação desses mesmos com os outros, levando a harmonia e não castrando, ou inquietando, o propósito é encontrar a felicidade, libertando assim o homem das amarras da ignorância. Muitas são as forças estranhas que prendem o homem fazendo com que este não veja o espaço que pisa e a maioria embarca logo na primeira carruagem para ver o que vai acontecer, são as experiências que desorientam. Mas como aconselhar filosoficamente? Como proceder para que passados alguns tempos o sujeito não ande no psiquiatra, ou na bruxa, no astrólogo, ou nas artes divinatórias muito bem sustentadas pelos charlatães? Simples! Procure-se um Filosofo e peça-lhe aconselhamento, que possa pensar consigo, sem que o objectivo seja o dinheiro pela consulta, como a maioria faz. É urgente pensar acerca de uma Filosofia Prática, entender que o homem é um ser radicado no mundo, rodeado das mais diversas dificuldades e por vezes vive em função da sua sorte, acredite ou não num Deus de amor ou castrador que depois em termos práticos pouco vem a resolver e disso nada se sabe, não se percebe, apenas fica no mistério e no campo do ilusório.
A realidade é a própria sociedade, com as relações, com os valores, com a cultura, mas nesse jogo há que procurar fazer a gestão da melhor forma e não sustentar crenças que não servem para nada. Antigamente dizia-se que a filosofia não servia para nada, hoje ao contraio, esta é das que tem mais utilidade, veja-se como por exemplo, construir um prédio, um avião, um TGV, um navio, quando aconselhamentos não foram ali aglomerados, quantas questões não foram levantadas? Para que tudo funcionasse, creio que foi graças ao raciocínio lógico e matemático, porque a Filosofia é lógica e concreta.
Como começa a interpretação de alguém que vai começar a interpretar? Qual o primeiro passo? Como vai decidir a sua vida? Procura ajuda de quem? Qual a área específica? O Padre para o casamento? E porque não o aconselhamento filosófico? Talvez evitasse mais divórcios? A sério! A maioria das pessoas anda desorientada, quer recuperar o passado em tudo o que possa parecer mais bizarro. Creio que se falarmos um pouco algumas soluções encontras e não gastas assim tanto dinheiro. Mas tudo depende de ti, és tu que constróis as tuas crenças no quer que seja. Não vou fazer história de Filosofia nem de Astrologia ou cartomancia ou ainda quirologia, nada disso, contudo até podemos falar disso. A interpretação é sempre a interpretação do sujeito.
As sociedades organizam-se por modelos, tendo fins particulares e subjectivos e alguns estigmatizantes. É necessário limpar essa mente desses preconceitos, dessas amarras e ser autónomo, isso pode acontecer pelo Aconselhamento Filosófico. Aguardo a tua tomada de postura… falamos logo em breve.

Vila Real de Santo António, 06 de Setembro de 2009 – 07:04h
Jorge Ferro Rosa, in Caderno da Alma