sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Teoria das Cordas, Teoria do absoluto, Teoria M (Membrana)

Já todos ouvimos falar da Teoria do Big Bang, que descreve o “inicio do universo”, onde a ciência prova toda a sua evolução após tal explosão, mas na verdade ela diz absolutamente nada sobre o Big Bang. Não nos diz o que explodiu, porque explodiu, o que causou a explosão. Ela nem descreve, nem realmente nos permite prever quais as condições que existiram imediatamente após esta explosão. A teoria das cordas encontra uma possível explicação para o Big Bang e não só, os físicos unificam 5 teorias com o objectivo da explicar tudo no Universo. As propriedades do átomo revelam-se muito estranhas, as suas partículas realmente têm a possibilidade de alguma forma, estarem em mais de um lugar ao mesmo tempo.

Os novos princípios matemáticos utilizados nesta teoria permitem aos físicos afirmar que o nosso universo possui 11 dimensões: 3 espaciais (altura, largura e comprimento), 1 temporal (tempo) e 7 dimensões recurvadas (sendo a estas atribuídas outras propriedades como massa e carga eléctrica, por exemplo), o que explicaria as características das forças fundamentais da natureza.

O estudo da chamada teoria das cordas foi iniciado na década de 60 e teve a participação de vários físicos para sua elaboração. Essa teoria propõe unificar toda a física e unir a Teoria da relatividade e a Teoria Quântica numa única estrutura matemática. Embora não esteja totalmente consolidada, a teoria mostra sinais promissores de sua plausibilidade. Os físicos também descobriram que estavam estudando as partículas de modo errado, eram na verdade pequenas cordas minúsculas e invisíveis, muito mais complexo do que o formato redondo convencional.

http://www.youtube.com/watch?v=s9FY1KIadww (explicação rápida 2min)

http://www.youtube.com/watch?v=o9LV9vaGxJQ&feature=related (mais detalhada 40min)

Será certamente um estudo interessante de acompanhar!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

PROCESSO DO CONHECIMENTO

Apontamento:

processo do conhecimento

A epistemologia considera a justificação como uma espécie de legitimação para aceitarmos como verdadeira uma dada explicação que, devido a isso, deixa de ser considerada crença para ser considerada conhecimento. Por isso podemos afirmar que o conhecimento é um processo (cognição, ou processo cognitivo) que engloba um conjunto de actividades através das quais o sujeito organiza e procura significação para a informação obtida.

Podemos afirmar que o processo do conhecimento pressupõe:

- Objectos a conhecer;
- Sensações que apreendam as caracteristicas dos objectos tal como são captados pelos nossos sentidos;
- Percepção, isto é, descodificação, classificação e organização dos dados;
- Cognição, isto é, interpretação lógico-racional.

Assim:
A sensação é a captação de informação pelo sistema sensorial; O sistema sensorial (células receptoras) é afectado e capta a informação vinda dos objectos (interiores ou exteriores ao corpo).
- A percepção tem a ver com os meios que transformam a informação em experiências de objectos;
- A cognição consiste na interpretação lógico-racional e integração das características do objecto nos conhecimentos do sujeito, tem em conta a atenção, a memória, categorização, resolução de problemas (raciocínio) e a linguagem

O conhecimento é crença verdadeira justificada. Diz "o que é" e tem justificação.

Actividade:
1.
Leia com atenção o seguinte texto:
"Quando dizemos "vemos uma árvore, uma casa, um céu..." estamos a referir-nos ao processo de perceber ou percepcionar esses objectos. A questão de saber o que significa percepcionar uma árvore (distinguindo entre o objecto "árvore", existente fora da mente, e a nossa percepção), se é ou não possível conhecer o objecto real, ou ainda, a questão de precisar com rigor aquilo a que podemos chamar conhecimento, são questões fundamentais da epistemologia."

1.1. Tendo em conta o texto faz um comentário ao mesmo, destacando os elementos constituintes do processo de conhecer.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A Prosperidade dos anos 20

O rápido crescimento económico dos EUA, que estudamos na última aula, foi possível graças aos novos métodos de produção e de organização do trabalho:
Taylorismo, criado por Frederick Taylor, que consistia num sistema de racionalização do trabalho em que cada operário desempenhava apenas uma tarefa, organizando, assim, o trabalho em cadeia;

Fordismo, de Henry Ford, que, baseado no medelo de trabalho de Taylor, criou a produção em série ou em massa através da estandardização dos modelos de forma a que cada peça pudesse ser feita por um trabalhador, mesmo sem experiência.

Segue-se um trecho do filme Tempos Modernos de Charles Chaplin, onde se faz um critica ao modelo de produção americano dos anos 20 e 30.



Realizado em 1936, Tempos Modernos, é um dos filmes mais significativos de Charles Chaplin.

DAQUILO PARA O QUAL


Senti vontade de escrever, como na maioria das vezes acontece, mas algo parece que falta! Falta-me sempre alguma coisa entre os princípios substanciais, as formas da existência por dimensões que ficam por sintetizar.
As evidências são sempre objecto de reflexão, a expressão dinâmica gera um movimento especial onde o indizível se executa. Desfazem-se posturas, criam-se outras e a obscuridade da existência é uma postura.
Momento sintético que vislumbra outra condição, esta medida densa do pulsar existencial onde tomo de ti uma hipótese! Projecto-me numa tensão rumo ao infinito, uma busca incessante, apesar de ter encontrado aquilo que me parece razoável, pelas mais diversas vertentes, comungando assim do sentimento universal. Resta apenas este lugar onde tudo incide apesar das formas estranhas de abordagem, dos modos como a consciência concebe o que se lança… começo aqui a interioridade do irreflectido, em viagem ao absoluto daquilo para o qual não tens palavras.

Castro Marim, 26 de Janeiro de 2009 – 14:03h
Jorge Ferro Rosa

domingo, 25 de janeiro de 2009

Os homens devem se assemelhar as plantas


-Se queremos nos aproximar de Deus, temos de investigar para conhecermos um pouco da sua maneira de ser.
“As actividades humanas têm, no desejo de aquisição, o elemento que as sustenta. Em consequência disso, somos todos egoístas, chegando a atingir os planos mentais ou psíquicos.
“Nossos irmãos inconscientes ou semiconscientes, quando buscam a preservação do indivíduo, não ultrapassam o necessário para a sua sobrevivência e realização de suas funções. Nessas ditas manifestações, podemos ver Deus criador agir sem interferência na liberdade do ser humano. Ora, se quero me relacionar bem com o indivíduo, tenho de conhecê-lo, gostar das mesmas coisas que ele, amar aquilo que é seu e, se possível, pensar como ele.
“Por que as flores são belas e perfumadas? Interrogação interessante que nos leva a meditar e, meditando, chegamos á intuição. Para a personalidade, tudo tem um motivo; todo caminho ou toda acção tem como princípio um fim. Não concebemos agir sem um fim pessoal. Vivemos presos a actividade da mente, arquivo da passado colectivo e individual, por isso não percebemos que a acção cósmica não tem necessidade de chegar a lugar, ganho, ou fim nenhum.
“Muitos dirão que as flores são belas e perfumadas porque Deus quis embelezar e perfumar o ambiente e a vida dos homens. Que pretensão! A beleza, a pureza e o perfume da inocente flor enfeitam a existência também do revoltado, do gozador, do egoísta, do desumano que é capaz de se opor ao Criador, que o sustenta em todas as suas necessidades. Ademais, para o Pai, que realmente ama, aspectos externos não alteram a sua maneira de amar. Ele ama todas as suas manifestações, porque elas fazem parte Dele. Na verdade é ele mesmo, pois fora Dele nada existe. Não, não foi por causa do homem que Deus criou as flores.
“Para elas, por que motivo existe, então, tanto perfume e beleza? Nenhum. São o que são, pela sua própria natureza interior, não importa que a vejam ou não. Que estejam num jardim entre os homens ou na mata onde ninguém as veja. Não importa onde nascem, serão sempre a manifestação de agradável beleza.
“Da mesma forma devem viver os homens, só que com uma diferença, o que a flor é por inocência, deve ser o homem por sapiência. Tem o homem a liberdade para ser a mais bela manifestação do Eterno, saturando a Terra de luz, beleza, perfume e, acima de tudo, do amor incondicional que tudo envolve no seu carinho protector.
“E as violetas? Teriam elas inveja das rosas ou desejariam um dia vir a ser rosas? Não! As violetas estão felizes em ser o que são; felizes por serem manifestações do Criador, sem pretender nenhuma justiça por parte Daquele que tudo é, pois tudo que elas são a Ele pertence, e delas mesmo nada possuem.
“O homem bom deve ser bom, porque esta é a sua natureza, e não para receber prémios e louvores. Não importa se os outros verão ou não a sua bondade. Deve ser como as flores, que não escolhem lugar nem pedem reconhecimento para ser o que de facto são.
“Devemos imitar as flores, cuja alegria e felicidade está na atitude permanente de reflectir o belo, o perfumado, o imponderável. O nosso paraíso não esta no além, nem no aquém, esta dentro de nós mesmos.”
“José Carlos”

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Reversão magnética dos pólos


Reversão magnética dos pólos



O campo electromagnético da terra é gerado pela rotação da crosta exterior em volta da parte sólida do núcleo central. Na Universidade de Leipzig um grupo de cientistas desenvolveu um modelo que mostra a terra a funcionar como um dínamo gigante. Os metais pesados e o magma líquido do electroíman do núcleo central são a embraiagem e os metais leves na crosta são os circuitos. A configuração dos pólos do planeta está sujeita à carga electromagnética e os pólos são criados pelo movimento giratório do núcleo de lava. Estes pólos magnéticos tendem a oscilar. Se um dos pólos perde a sua força, pode dar-se uma reversão entre os pólos magnéticos de Norte para Sul.
Os efeitos desta reversão seria destrutivo, mas não chegaria a verificar-se uma catástrofe. As redes eléctricas ficariam inactivas. Os satélites deixariam de funcionar (isto por serem constituídos de chumbo, sendo afectados pelo electromagnetismo). As bússolas perderiam o Norte. A camada de Ozono poderia romper-se, originando a longo prazo problemas de saúde devido a reacções solares. A aurora boreal passaria a ver-se mais para Sul. E as aves migratórias e os animais perderia o sentido de orientação.
Mas todos estes efeitos descritos não são em nada comparáveis aos efeitos de uma reversão polar geológica.
Em lugar de uma mudança no campo electromagnético da terra, ocorre uma mudança no movimento actual da crosta sobre o núcleo central. Ou seja, a parte sólida da terra move-se sobre a parte líquida. Isso já ocorreu antes, mais do que uma vez e por diversas razões, uma delas, por exemplo, devido à passagem de um cometa.
O electromagnetismo gere todo o universo e exerce a sua pressão sobre a terra, transformando-a num imenso electroíman. As alterações verificadas neste campo podem originar uma mutação polar. A matéria oscila entre os estados da massa e energia, o que a alteração do campo electromagnético da terra permite mudar a localização da matéria na superfície do planeta.
Agora a pergunta, “ Quais as consequências de uma mutação polar geológica?”
As forças de inércia da terra iriam reagir à mudança da matéria. As águas dos oceanos e dos lagos seriam projectadas em múltiplas direcções, invadindo as zonas costeiras e causando enormes cheias. Todos os aparelhos movidos a electricidade deixariam de funcionar. Teríamos tempestades e furacões com uma força sem precedentes. A crosta da terra fracturava-se, dando origem a enormes tremores de terra, a erupções vulcânicas e a derramamentos maciços de lava. Haveria mudanças climáticas enormes, que perdurariam no tempo. As doenças radioactivas provocadas pela penetração de raios solares no campo electromagnético da terra dariam origem a milhares de mortes.
Nota: Uma ruptura no fluxo electromagnético da terra pode provocar sorvedouros com 2km ou mais de diâmetro e onda gigantes de entre 25 e 30 metros, conforme a ruptura, como já se tem verificado, por exemplo, no Triângulo das Bermudas.

O campo magnético da Terra
Por que a Terra tem um campo magnético?
O Especialista SEED José Navarro escreve:O núcleo da Terra é composto principalmente de ferro e níquel, e ambos podem ser metais magnéticos. O núcleo interno é sólido, e o núcleo externo é líquido. O magnetismo da Terra não parece se originar do metal em si. Teorias científicas atuais atribuem o magnetismo da Terra a correntes de convecção que movimentam o metal líquido no núcleo externo, aproximadamente 3.000 quilômetros sob a superfície da Terra. Estas podem estar criando correntes elétricas ou, de alguma forma, orientando a magnetização local do metal. O campo magnético da Terra é, em sua maior parte, dipolar – o que significa que ele tem um pólo norte magnético e um pólo sul magnético, semelhante a um imã de barra (como de geladeira). O Norte e o Sul magnéticos não são os mesmos que o Norte e o Sul geográficos. Isso é chamado de “Declinação Magnética”. A quantidade de diferença depende de sua localização na Terra, e muda gradualmente com o passar do tempo. Quando usamos uma bússola para ler um mapa, precisamos conhecer e levar em conta a declinação magnética. Além de se mover geograficamente, a força do campo magnético também muda com o passar do tempo. Os geólogos podem obter informações sobre o campo magnético de tempos antigos a partir de rochas, principalmente aquelas sob nossos oceanos. Descobriu-se que o campo magnético, às vezes, sofre uma grande diminuição em sua força, e depois se torna forte novamente. Isso é chamado de “excursão”. Em outras épocas, houve uma reversão magnética, na qual o pólo norte magnético se transformou em pólo sul, e o pólo sul se transformou em pólo norte. Nos últimos 10 milhões de anos, tem havido uma média de 4 a 5 reversões a cada milhão de anos. Em outros momentos da história da Terra, houve períodos muito maiores em que não ocorreu nenhuma reversão.

Reversão de pólos: o "giro" do campo magnético da Terra leva 7.000 anos
PARIS, 7 Abr. (AFP) - A reversão do campo magnético da Terra, um fenómeno raro e temido pelo efeito catastrófico que pode ocasionar à vida humana, leva sete mil anos para ser completado, segundo um estudo publicado na última quinta-feira.O chamado "giro" entre os Pólos Norte e Sul da Terra ocorre em longos mas imprevisíveis intervalos. O mais recente aconteceu há 780 mil anos. O giro de 180 graus ocorre quando há uma mudança nos padrões de circulação do ferro derretido que flui em torno do núcleo da Terra e, em consequência, como um dínamo, é criado o campo magnético. A intensidade do campo acontece por um período de tempo, antes que o ritmo de circulação seja estabelecido e uma nova polaridade ocorra. Ainda não foi descoberto por quanto tempo o processo ocorre antes que os novos pólos estejam estabelecidos. As estimativas são de dois a 28 mil anos.O pesquisador americano Bradford Clement lançou luz à essa dúvida ao examinar registos de amostras sedimentares perfuradas de vários locais do mundo. Essas amostras, depositadas em quatro diferentes eras da história da Terra, têm um eco magnético residual do campo magnético do tempo em que prevaleceram."Esses registos levam a uma expectativa média de 7.000 anos do momento em que foram capturadas até a mudança direccional ocorrer", escreveu Clement, que pertence à Universidade Internacional, na revista científica semanal britânica "Nature".Mas a grande mudança não acontece repentinamente. Ocorre mais rapidamente no equador e leva mais tempo para acontecer em altas latitudes - mais perto dos pólos.A reacção para esse fenómeno, disse Clement, é que na ausência do campo magnético norte-sul, o núcleo da Terra desenvolve um campo secundário mais fraco com vários "mini-pólos" na superfície.Eventualmente, os dois pólos principais são estabelecidos outra vez, mas em lados opostos do planeta, e restauram sua primazia. Ninguém sabe o que aconteceria com a vida na Terra se o "giro" ocorresse hoje, mas a especulação gira em torno do dia do Juízo Final.Muitos aspectos da vida de hoje mudariam literalmente de cabeça para baixo, mesmo para os humanos, por nossa dependência nos campos magnéticos para desde navegação à migração das aves. Também estaríamos mais expostos à maléfica radiação solar, da qual somos normalmente protegidos pelo campo magnético da Terra. A perda dessa protecção faria com que as partículas solares despedaçassem-se na atmosfera superior, aquecendo-a e provocando uma mudança brusca potencial no clima da Terra.Houve um primeiro alarde em 2002, depois que o geofísico Gauthier Hulot descobriu o enfraquecimento do campo magnético da Terra perto dos pólos, o que poderia ser interpretado como um sinal de que um "giro" estaria próximo de ocorrer.Reversões de polaridade "parecem ocorrer aleatoriamente no tempo", segundo o cientista da Universidade de Washington Ronald Merrill. O intervalo mais curto entre os "giros" ocorre entre 20.000 e 30.000 anos, e o mais longo seria de 50 milhões de anos.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

UMA IMAGEM OU REPRESENTAÇÃO


O que é uma imagem? O que é isto que estou a ver? Como descrevo? Será que o que digo é entendido pelos outros? Como? O que acontece? Qual a minha relação com a imagem, isso que posso chamar de objecto? Esta, sim, esta que estás a ver?
As palavras são proferidas por alguém, por mim, por ti e pela actividade da percepção, descodifica-se o som, a imagem pelas tintas dispostas, conduzem à mente pontos dessa entendida imagem, possibilitando representações e o entendimento acontece! Mecanismos da actividade cognitiva, alguém lhe chamou de Fenomenologia. Sabes o que isso significa? Descodifica-se! Será que neste simples olhar ante o que está em minha frente, isso mesmo que se apresenta é igual para todos? A imagem tem o mesmo tipo de apreensão em todas as mentes? Algo terá a ver com o tipo de vivências de cada qual? Como é que tudo isso acontece? Afinal o que é que se estás a ver? O que se diz a seguir ao que não foi dito?
O que é entender e perceber? Percebes? Como descreves? O que se passa afinal nessa mente, nessa consciência? Como entender os fenómenos de percepção?
Sabes o que aconteceu no acto de olhar a imagem em causa? Pensas! Continuas a pensar na questão… será que consegues ter uma resposta eficaz para tornar-se nisso que pretendes dizer? Será? Qual o melhor caminho para o entendimento? Muitas questões surgem, parece que um universo de circuitos se accionam. Qual é o papel dos sentidos e da razão na elaboração do nosso conhecimento? Estranho, não é? Conhecemos a realidade tal como ela é ou apenas a sua aparência sensível? Não te esqueças que o cérebro é o órgão onde se processam as representações do objecto. Bem, só pode, o conhecimento é o conjunto das nossas representações mentais, as tais imagens mentais de que te falei, isso que é construído a partir das relações estabelecidas entre o sujeito e o objecto, como tal, origina uma elaboração perceptiva ou racional da nossa, minha ou tua apreensão da realidade. Mas o que é a realidade? Essa foi uma questão anterior…
Não te esqueças que o acto de conhecer exige a correlação sujeito com objecto e o sujeito e o objecto só são o que são em virtude dessa correlação e oposição, assim, as funções do sujeito e do objecto são diferentes e não podem ser permutadas.
Sabes o que é o sujeito e o objecto? Como o defines? Depois se tiveres tempo logo dizes… o conhecimento consiste na construção duma representação que reproduz na consciência um objecto de pensamento que passa a fazer parte dos conteúdos da consciência ou do sujeito. Para finalizar esta breve reflexão, ainda que tosca, o objecto em si é transcendente e o objecto do conhecimento é imanente à consciência. Olha, qual a postura da lanterna face ao resto da imagem?
Imagem… imagens, olhares… construção de representações.

Vila Real de Santo António - 21.01.2009
Jorge Ferro Rosa

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

ACTO DE CONHECER

Observa a figura e clarifica o processo cognitico em causa.

SOBRE A DESCRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA ACTIVIDADE COGNOSCITIVA

FICHA DE TRABALHO

1.

Texto 1
“Todo o conhecimento há-de ser de um sujeito sobre um objecto. De modo que a parelha sujeito cognoscente – Objecto conhecido é essencial em qualquer conhecimento. Esta dualidade do objecto e do sujeito é uma separação completa: de maneira que o sujeito é sempre sujeito e o objecto é sempre o objecto.”
Morente e Bengoechea, Fundamentos de Filosofia


Texto 2
“A relação constitutiva do conheciemento é dupla, mas não é reversível. O facto de desempenhar o papel de sujeito em relação a um objecto é diferente do facto de desempenhar o papel de objecto em relação a um sujeito. No interior da correlação, sujeito e objecto não são, portanto, permutáveis, a sua função é na sua essência diferente.”
Hartmann, Les príncipes d’une métaphysique de la conneissance

Comente os textos, especificando a relação sujeito / objecto.

2.

“Considerada do lado do sujeito, esta apreensão pode ser descrita como uma saída do sujeito para fora da sua própria esfera e como a incursão na esfera do objecto, a qual é, para o sujeito, transcendente e heterógena. O sujeito apreende as determinações do objecto e, ao apreendê-las, introdu-las, fá-las entrar na sua própria esfera (…) O conhecimento realiza-se, por assim dizer, em três tempos: o sujeito sai de si, está fora de si e regressa finalmente a si.”
Hartmann, Les príncipes d’une métaphysique de la conneissance

Comente o texto, esclarecendo os três momentos presentes na relação do conhecimento.

3.

“O objecto não é modificado pelo sujeito, mas sim o sujeito pelo objecto. Apenas no sujeito alguma coisa se transformou pelo acto do conhecimento, no objecto nada de novo foi criado; mas no sujeito nasce a consciência do objecto com o seu conteúdo, a imagem do objecto.”
Hartmann, Les príncipes d’une métaphysique de la conneissance

Esclareça o sentido do texto.

4.
A partir da seguinte afirmação: “Em todo o conhecimento (…) um sujeito e um objecto encontram-se face a face” analise fenomenologicamente o acto de conhecer.

5.

“Quando na época actal se fala de fenomenologia, tende-se a entender por tal fenomenologia de Husserl (…) o método fenomenológico consiste (…) em examinar todos os conteúdos de consciência, mas em vez de determinar se tais conteúdos são reais ou irreais, ideais, imaginários, etc., proceda-se a examiná-los enquanto são puramente dados.”
Ferrater Mora, Dicionário de Filosofia

Explique o que se entende por fenomenologia e qual a sua função.

6.
Defina sujeito cognoscente, objecto conhecido e representação.

7.
Explique a relação existente entre sensação / percepção.

Bom trabalho!

sábado, 17 de janeiro de 2009

OLHARES SOBRE O CONHECIMENTO

Apontamento:

É sobretudo a partir do século XVII que na filosofia se toma consciência de que não faz sentido empreender a tarefa do conhecimento sem previamente se reflectir sobre as possibilidades de a realizar.
Ao longo da vida e quase permanentemente, o ser humano está a “fazer” conhecimento ou a “adquirir” conhecimentos. Conhece pessoas, coisas, modos de proceder, ideias, opiniões diversas, teorias científicas…
Sabemos muitas coisas, felizmente. Mas não as sabemos por acaso. Na ciência, na filosofia e no dia-a-dia levamos acabo actividades que produzem conhecimento. Essas são actividades cognitivas. É sobretudo o conhecimento que nos separa dos outros animais. A verdade é que os pássaros voam e nós não; mas construímos aviões que voam mais depressa e até bem mais longe do que os pássaros; alguns animais vêem melhor do que nós; mas, munidos de telescópios e microscópios, vemos o que nenhum animal alcançará; outros correm bem mais do que nós; um carro no entanto, bate qualquer animal.
O modo como estas várias formas de conhecimento chegam ao ser humano não são todas iguais; isto significa que se podem estabelecer algumas distinções, quer da parte de quem conhece, quer da parte do que é conhecido. Dito de forma mais adequada: quer do pondo de vista do sujeito que conhece; quer do ponto de vista do objecto que é conhecido.
O sujeito pode tomar conhecimento, pode adquirir informação, pode construir saberes. Há uma predominância do papel do sujeito quando conhece uma pessoa que lhe é apresentada. Digamos que a abordagem é, neste caso, essencialmente subjectiva: a imagem que é representação do objecto no sujeito está cheia de conotações de ordem pessoal – juízos de gosto, de simpatia ou de rejeição, apreciações imediatas – enfim, é um conhecimento dominado pelas opiniões. Já o mesmo não acontece quando o conhecimento se dirige sobre uma teoria científica. Aqui o papel predominante pertence ao objecto, ele impõe-se com a força da sua objectividade e os juízos que sobre ele se formulam não são, neste caso, juízos de valor, mas juízos de facto. Agora a imagem que se representa no sujeito possui um maior grau de adequação ao objecto.
O sujeito é um agente no processo do conhecimento. A imagem que se representa no sujeito é sempre uma construção de um sujeito que resulta da actividade desse sujeito – ordena, relaciona, organiza as impressões que o objecto nele provoca. Diz-se, então, que a consciência é intencional, conduz à elaboração das representações dos objectos.

Gnosiologia – Disciplina filosófica que trata dos problemas relativos à fundamentação do conhecimento humano.


O termo conhecimento tem o significado de representação, ideia, teoria, saber. Enquanto processo, o conhecimento é a actividade pela qual os seres humanos captam e compreendem o que se passa à sua volta. Dito de outra maneira, o conhecimento é o acto pelo qual o sujeito apreende ou representa o objecto.

“Brinca! Pegando numa pedra que te cabe na mão,
Sabes que te cabe na mão.
Qual é a filosofia que chega a uma certeza maior?
Nenhuma, e nenhuma pode vir brincar à minha porta.
Alberto Caeiro


Conceitos a saber:

Conhecimento:
- Apresentação intelectual;
- Captação conjunta; é a actividade por meio da qual o sujeito apreende intelectualmente ou toma consciência do objecto/mundo, formando sobre este uma representação.

Consciência:
- Discernimento;
- Capacidade que o ser humano possui, como ser pensante, de se aperceber daquilo que se passa dentro ou fora de si.

Crença – Certeza, aquilo de que se exclui qualquer dúvida; convicção, aquilo que se torna verdadeiro, mas sem justificação racional, sinónimo de fé; opinião, aquilo a que se adere por uma reflexão pessoal ou como eco do pensamento colectivo.

Imanente:
- Inerente;
- Designa algo que está inseparavelmente contido na natureza de um ser, determinando, transformando e produzindo efeito na sua própria interioridade. Usa-se por oposição a transcendente.


Objecto:
- Que está diante de;
- Realidade exterior ao sujeito que é apreendida por um acto de percepção ou do pensamento, possuindo uma dimensão exterior à do sujeito cognoscente. Usa-se por oposição a sujeito.

Representação:
- Imagem;
- Ideia ou imagem que concebemos de algo através da operação da mente e que deve corresponder ao objecto que se encontra fora da consciência. A representação pode ser imagética (através de imagens psicológicas) ou conceptual (por conceitos).

Sujeito:
- Eu cognoscente;
- É aquele que, enquanto consciência cognoscente, quando diante de um objecto, conhece. É neste ser cognoscente que está o princípio fundador do conhecimento. Usa-se por oposição a objecto.

Transcendente:
- Que está para além de;
- Designa o que está para além ou fora da natureza de algo. Os objectos que o sujeito pretende conhecer encontram-se fora da esfera deste, estão fora da natureza deste. Usa-se por oposição a imanente.


“O animal tornado soberano de todos os animais – o Homo sapiens – é não só o animal menos acabado e mais desprovido, como também um ser de necessidades insaciáveis, de desejos infinitos…” – Edgar Morin

A maior parte das tarefas do nosso quotidiano implicam conhecimento. Mesmo as mais banais e rotineiras pressupõem-no. No entanto, muito poucas vezes nos pomos a pensar sobre o próprio conhecimento; alguma vez reflectimos sobre o próprio acto de conhecer? Sobre o que significa e podemos realmente conhecer? Quantas vezes nos pusemos a pensar sobre a forma e o modo como conhecemos?... Contudo, mesmo que nunca tenhamos pensado sobre isto, não quer dizer que não tenhamos conhecimentos, ou que não conheçamos. Aliás, podemos durante uma vida inteira adquirir conhecimentos sem nunca reflectirmos acerca da nossa actividade cognoscitiva (actividade mediante a qual o ser humano conhece). O conhecimento sustenta toda a actividade humana, mas nem todo o conhecimento é do mesmo tipo.

Fenomenologia – é o estudo descritivo dos fenómenos que aparecem à consciência do sujeito, passíveis de serem apreendidos por intermédio da representação. A fenomenologia caracteriza-se pela actividade intencional que o sujeito realiza em direcção ao objecto com a finalidade de dele se apropriar. Assim, a fenomenologia é a doutrina de Husserl segundo a qual é preciso descrever rigorosamente as coisas, “entrar nas próprias coisas”, antes de as interpretar ou explicar.

Correlação – é a relação recíproca de duas coisas ou de dois termos em que um implica logicamente o outro. A correlação existente entre sujeito e objecto não significa reversibilidade, dado que o papel do sujeito, que é conhecer, é diferente do papel do objecto, que é o de ser conhecido.

A corrente fenomenológica encara o conhecimento enquanto acto, descrevendo a sua estrutura e analisando-o nos seus elementos fundamentais.
Os fenomenológos perspectivam o conhecimento como um fenómeno puro, isto é, desligado de quaisquer particulridades. À sua análise não interessa a discriminação da natureza dos objectos de conhecimento. Também não interessa se se conhece mediante estes ou aqueles processos cognitivos, nem se se trata de conhecimento científico, filosófico ou do senso-comum. Tão-pouco importa se é conhecimento por intuição ou por dedução, se o que se conhece é do domínio da física quântica, das transformações químicas da matéria, do reino dos insectos ou dos problemas com que a humanidade se depara. Assim, a fenomenologia do conhecimento é um método que põe de lado todas as variáveis interferentes no conhecimento natural para considerar pura e simplesmente o conhecimento em si mesmo, a sua estrutura essencial, desligada do que quer que seja. Perspectivado como um fenómeno que ocorre sempre que um sujeito conhece, os fenomenólogos procuram descrevê-lo para clarificar os elementos cuja presença se torna imprescindível para que ocorra o fenómeno cognitivo.
Em sentido fenomenológico, o conhecimento é perspectivado como fenómeno puro, em que se analisa o que há de essencial: a relação entre um sujeito de conhecimento e um objecto susceptível de ser conhecido.

Na descrição fenomenológica, os conceitos-chave são os seguintes:

- Conhecimento – Acto pelo qual o sujeito apreende ou representa o objecto;
- Sujeito cognoscente – Não é um sujeito real, empírico, uma pessoa identificável. Trata-se de um sujeito gnoseológico, entendido como o que apreende ou representa o objecto;
- Objecto conhecido – Não significa coisa ou objecto da experiência. Refere-se a tudo aquilo que é susceptível de ser apreendido. Assim, uma pessoa, uma ideia, um sentimento, uma teoria, uma acção, uma doença, um valor, uma cultura, uma raiz quadrada, um teorema, a Pré-História, a Informática, a filosofia do Renascimento podem ser objectos de conhecimento, desde que em face de um sujeito que os conheça;
- Representação – Resultado do acto de conhecer. Depois de apreendido, o objecto fica na consciência do sujeito sob a forma de imagem e não sob forma física.



Proposta de tarefa:

1 – Que condições são necessárias para haver conhecimento?
2 – Identifica os diversos tipos de conhecimento.
3 – Clarifique o conceito de correlação.
4 – Como se caracteriza a correlação sujeito-objecto?

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Matéria de Filosofia

Inauguração

Está agora pronto para a viagem, contra as fronteiras do tempo e os desencontros inicia-se uma caminha à muito aguardada por todos. Como dizia Miguel Torga, "Em qualquer aventura, o que importa é partir não é chegar".