quarta-feira, 18 de março de 2009

NA SENDA DO EMPIRISMO

Apontamento:

O conhecimento e os nossos conceitos procedem da experiência sensível. A mente é entendida como uma tábua rasa onde a experiência escreve. A consciência cognoscente não tira os seus conteúdos da razão, mas da experiência.

Os nossos raciocínios referentes a causas e efeitos não são relações de ideias, mas sim questões de facto. Não podemos descobrir causas e efeitos a “priori”, isto é, mediante o simples uso da razão “Saber” que um objecto pesado cai quando largado é diferente de saber que 2+2=4. Esta proposição obtém-se e confirma-se pelo simples uso da razão. Formulamos outra porque já vimos vários objectos pesados a cair.

As inferências causais estão sempre sujeitas ao erro: perante novos objectos ou circunstâncias não sabemos realmente o que esperar ou o que vai acontecer. Os raciocínios causais não são demonstrativos.

O raciocínio que utilizamos nas questões de facto é o raciocínio causal.

Também as ideias lógico-matemáticas procedem da experiência. A este propósito, sugere-se a distinção de Hume entre dois tipos de conhecimento: o conhecimento das relações de ideias (conhecimento lógico e matemático) e o conhecimento relativo aos factos, justificado através da experiência. Se as relações de ideias não dependem dos factos, tal não significa que as ideias, enquanto tais, não procedam todas da experiência.

Veja se sabe:

GRUPO I


1 – Quais são os elementos básicos que a mente utiliza quando o sujeito realiza uma experiência?

2 – O que distingue basicamente as imagens mentais face ao contacto directo com as coisas?

3 – Estás de acordo com David Hume quando ele diz que as ideias são cópias das impressões correspondestes? Justifica a tua resposta.

4 – O que são relações entre ideias?

5 – O que são conhecimentos de das realidades em si?

6 – O que distingue essencialmente relações do pensar com o dar-se com a situação em si?

7 – O que significa a ideia de causalidade, isto é, o que quer dizer a expressão “conexão necessária entre fenómenos”?

8 – Segundo Hume, podemos comprovar empiricamente a ideia de uma conexão necessária ou casual entre dois fenómenos? Porquê?

9 – Aquilo que a experiência nos permite observar é que dois fenómenos aparecem um a seguir ao outro repetidas vezes. Como é que inferimos – já que não a constactamos – uma relação necessária ou causal entre esses dois fenómenos? Será um conhecimento?

10 – Esclareça a seguinte frase:
“A ideia de causalidade tem uma origem empírica, mas não pode ser objecto de experiência”.

GRUPO II

1. Identifique a afirmação verdadeira:
a) Todos os conteúdos da mente são percepções e estas reduzem-se às ideias.
b) A experiência sensível é a única fonte dos nossos conhecimentos.
c) As ideias são puras e simples criações da nossa razão.

2 – Identifica a afirmação errada:

a) As proposições do tipo 2+3=5 são conhecimento de facto.
b) As proposições que consistem na relação entre ideias são proposições cuja validade não depende da experiência.
c) As proposições factuais são aquelas cujo valor de verdade é aferido pela experiência.

3 – Identifique a afirmação verdadeira:

a) A mente humana trabalha com ideias que o sujeito já tinha logo quando nasceu.
b) “O ouro é amarelo” é uma proposição válida, independentemente de qualquer recurso à observação.
c) Só as proposições que não dependem da confirmação da experiência e respeitam o princípio de não contradição são absolutamente certas.

4 – Identifique as afirmações verdadeiras:

a) A pretensa relação causal nada mais é do que uma conjugação constante de factos, que gera uma ficção mental que catalogamos como necessária.
b) A inferência causal é um raciocínio que vai para além do testemunho imediato dos sentidos.
c) A interferência causal não se baseia na razão, mas sim no costume (hábito).
d) A sucessão temporal constante entre dois fenómenos não é sinónimo de conexão necessária ou causal entre eles.
e) O hábito não é fonte de conhecimento científico, mas sim de crença.
f) A razão é um fenómeno psicológico, com base orgânica, que gera ficções úteis para a nossa sobrevivência.

5 – Segundo David Hume, há ideias:

a) Inatas
b) Que são produtos exclusivos da razão
c) A que não corresponde qualquer impressão sensível

6 – Na perspectiva de David hume, as conclusões dos nossos raciocínios acerca das questões de facto são:

a) Quando muito, prováveis, mas nunca certas.
b) Demonstrativas
c) Necessariamente verdadeiras

7 – O empirismo de David Hume é uma desconfiança porque:

a) Afirma que o conhecimento deriva da experiência e não alcança objectos fora do campo da experiência.
b) Reduz o conhecimento científico do conhecimento matemático.
c) Afirma que o conhecimento deriva da experiência, mas não podemos ter qualquer certeza acerca do comportamento futuro dos objectos.

GRUPO III

1

“[Esta teoria] afirma que todo o conhecimento deriva da experiência, e em particular da experiência dos sentidos”.
Ferrater Mora, Dicionário de Filosofia, Editorial Ariel, S. A., vol. 2

1.1. Indique a teoria a que se refere a afirmação.
R: A afirmação refere-se ao Empirismo.

2 – Prove que, para David Hume, a ideia de causalidade tem apenas um fundamento psicológico.
R: Segundo David Hume, o que nos leva a concluir que o fenómeno A é a causa do fenómeno B é o costume de os vermos associados. A relação de causa-efeito, entendida como conexão necessária entre os fenómenos, baseia-se apenas no hábito de constatarmos que um fenómeno se sucede ao outro. O princípio da causalidade tem assim um fundamento meramente psicológico: o hábito ou o costume.


Bom trabalho!

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