segunda-feira, 1 de junho de 2009

CIÊNCIA E CONSTRUÇÃO

Apontamento:

“As teorias nunca são verificáveis empiricamente. (…) é a falsificabilidade e não a verificabilidade de um sistema, que é preciso tomar como critério de demarcação” – Popper, in A Lógica da pesquisa científica

O que faz da Ciência uma forma específica e diferente de outras formas de conhecer é a utilização de um método preciso e rigoroso.
Ciência e método cientifico são duas realidades interdependentes, pois é o método que:
Dá credibilidade aos resultados da investigação
É o critério que permite distinguir os conhecimentos verdadeiramente científicos dos que o não são;
É responsável pela eficácia da investigação.

Método científico é o conjunto de procedimentos e técnicas que se utilizam nas diversas ciências para descobrir, investigar e alcançar os seus objectivos. Abrange os procedimentos ordenados e sistematizados que as diversas ciências seguem para estabelecer leis e teorias científicas.

Método indutivo – é o conjunto de procedimentos que, partindo dos factos, formulam hipóteses a partir de dados de observações.
A indução infere do particular para o geral.

O modelo indutivo do método científico parte de dados de observação, analisa os dados para estabelecer relações entre eles e submete-os a verificação experimental. Uma vez confirmados, transforma-se em leis aplicáveis a todos os fenómenos do mesmo tipo.
O método indutivo, também designado por método experimental, é comumente associado às ciências naturais (designadas ciências exactas ou experimentais que durante o século XIX e princípio do século XX, eram consideradas o padrão de cientificidade, constituindo-se como modelos a seguir por todas as ciências.

Passos fundamentais do método indutivo:

1 – Observação cientifica – Imparcial, rigorosa e neutra (o investigador não pode deixar-se influenciar pelas suas crenças); Metódica e sistematicamente preparada (não ocasional nem fortuita); Utiliza instrumentos e uma sofisticada aparelhagem técnica para prolongar e precisar o alcance dos nossos sentidos; Os dados são medidos, quantificados e registados com a máxima precisão e rigor.

2 – Formulação de uma hipótese – Propor uma explicação ou solução provisória para o problema que se está a investigar. Supõe: análise e interpretação dos factos observados; Sentido criativo do investigador, para descobrir uma relação entre os dados de observação e a causa que os provocou.

3 – Experimentação – Verificação da hipótese, para a confirmar ou rejeitar; Implica a utilização de instrumentos e técnicas; A conformação da hipótese transforma a hipótese em lei científica.

4 – Generalização – A lei que explica os dados observados passa a ser considerada uma lei universal, aplicável a todos os fenómenos do mesmo tipo, mesmo os ainda não observados; Com base nesta lei podemos prever o que irá acontecer no futuro.



O método hipotético – dedutivo

Defendido por Galileu, Descartes e outros criadores da ciência moderna, o método hipotético-dedutivo sustenta que as hipóteses são criações do espírito humano, propostas livremente como conjecturas para melhor relacionar e explicar os fenómenos da natureza.

Lei científica – é um enunciado universal, postulado a partir do processo de experimentação, que sintetiza numa fórmula um padrão contaste de funcionamento da Natureza.

Teorias Científicas – são modelos teóricos descritivos e interpretativos que combinam e interligam conjuntos de leis e hipóteses explicativas coerentes, permitindo deduzir novas leis ou formular hipóteses com vista à explicação de novos factos.

MOMENTOS FUNDAMENTAIS DO MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

1 – Formulação de uma hipótese – Invenção de uma solução ou construção de um cenário (o momento criativo e inovador da pesquisa) que deve ser verificável 8isto é, deve poder ser confirmado ou rejeitado por experimentação). A hipótese deve ser compatível com os dados que se querem explicar; ser coerente com outras hipóteses anteriormente admitidas; ser susceptível de verificação; servir para prever e explicar os acontecimentos com ela relacionados.

2 – Dedução de consequências preditivas da hipótese – Inferir consequências é deduzir da explicação proposta que é geral, consequências menos gerais. Exemplo: dois corpos com massas diferentes lançados da mesma altura chegam ao solo ao mesmo tempo.
Dedução de consequências da hipótese: então, uma bola de chumbo e uma folha de papel lançadas em simultâneo de uma janela terão de chegar ao solo ao mesmo tempo.

3 – Submissão das consequências da hipótese e as provas experimentais – confronto das consequências deduzidas da hipótese com a experimentação para confirmar ou refutar a hipótese. Implica: definir e precisar as condições do uso de grandezas; criar e ou aperfeiçoar instrumentos de investigação.
Consequência derivada da hipótese a demonstrar: uma bola de chumbo e uma folha de papel lançadas em simultâneo de uma janela terão de chegar ao solo ao mesmo tempo. Os dados de observação contrariam esta consequência.
Formulação de uma nova hipótese: o ar oferece maior resistência à folha de papel do que à bola de chumbo, por isso, no vácuo, a bola de chumbo e a folha de papel chegam ao solo ao mesmo tempo.
Experimentação: fazer cair estes objectos no vácuo e registar os resultados.

4 – Conclusão – Se a experimentação confirma a hipótese, esta passa a lei explicativa dos fenómenos. Se a experimentação refuta a hipótese, segue-se a formulação de uma nova hipótese.

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